15 de dezembro de 2009

Boas Festas!!!

Calvin & Hobbes

Desejo-vos umas festas extraordinárias.
Desejo, também, que a magia e a solidariedade que são tão fortes durante esta época, sejam parte da vossa vida. Todos os dias do ano.
Desejo que acreditem em vocês e na vossa família, amigos.
Desejo que não desistam dos vossos sonhos.
Desejo que cultivem e mimem, nos vossos corações, a esperança.
Desejo que sejam tolerantes convosco e com os demais.
Desejo que invistam no vosso bem-estar físico, emocional, social, psicológico...

Tudo de bom: saúde, amor, e paz...
As pequenas coisas são as que se revelam mais preciosas.

P.S. : O Calvin diz que tudo fará sentido quando crescermos... Umas coisas farão e outras não... Os adultos não sabem tudo, ninguém sabe. Apenas se continua a tentar, e a fazer o melhor que se consegue.

10 de dezembro de 2009

Prevenção



«O cancro do colo do útero é o segundo dos cancros femininos em incidência e mortalidade. É causado por um vírus que se transmite por via sexual, mas cujo contágio se previne: a prática de sexo seguro, a realização regular da citologia (Papanicolau) e a vacinação são as melhores armas.

Comecemos pelos números: em Portugal surgem todos os anos 900 novos casos de cancro do colo do útero. E, todos os anos, também morrem cerca de 200 mulheres. Muitas delas em consequência da detecção tardia desta doença causada pela exposição a uma das muitas estirpes do Vírus do Papiloma Humano (VPH), não obstante ser possível prevenir o risco.

É por via sexual que este vírus se transmite, mas não é necessário que haja relações sexuais: basta que haja contacto genital com alguém infectado para que o contágio aconteça. Este primeiro contacto faz com que o sistema imunitário entre em acção, evitando que o VPH cause danos. Todavia, ele pode sobreviver durante anos no organismo feminino, causando danos nas células do colo do útero (a extremidade inferior do útero, que o liga à vagina). Estas lesões evoluem progressivamente e muitas delas regridem, mas há células que se tornam cancerígenas.

Na sua fase inicial, o cancro do colo do útero - ou cervical - não gera sintomas. Os primeiros sinais são pequenas perdas de sangue entre menstruações, após a prática de relações sexuais ou quando a mulher já se encontra na menopausa. (...)

Risco acrescido
O cancro é o estádio mais avançado das lesões cervicais causadas pelo VPH, afectando sobretudo mulheres entre os 35 e os 54 anos; mas é, geralmente, bastante mais cedo que ocorre o contágio: na adolescência ou no início da idade adulta.

O que faz com que as mulheres que iniciaram a sua vida sexual precocemente corram um risco acrescido: é que, a haver contacto com o VPH, ele acontece quando as células do colo uterino ainda são imaturas, o que as torna mais susceptíveis a alterações pré-cancerígenas causadas pelo vírus. Há outras mulheres com risco acrescido: as que têm múltiplos parceiros sexuais, na medida em que aumenta a probabilidade de contágio (por esta ou por outra doença sexualmente transmissível). Aliás, as mulheres já infectadas por outras doenças de transmissão sexual, como a clamídia, a gonorreia, a sífilis ou a sida, são particularmente vulneráveis ao VPH.»

18 de novembro de 2009

Vida familiar e vida profissional


«Conjugar a vida familiar com a vida profissional é cada vez mais o principal problema das mães e, nos tempos mais recentes, até dos pais. Nos dias de hoje, ou, mais abrangentemente, nos tempos modernos, a necessidade, a vontade, a vocação e os projectos de vida levaram mães e pais a passar mais tempo fora de casa.

Os filhos, as tarefas domésticas, o acompanhamento da rotina diária e familiar tornam-se, muitas vezes, um peso, uma obrigação e um entrave para o desempenho, melhor ou apenas necessário, da vida profissional. Encontrar o meio-termo entre as obrigações e os deveres profissionais e familiares, saber responder às necessidades sem sacrificar outros projectos e focalizar as energias e atenções no essencial é a solução ideal que, muitas vezes, parece impossível de alcançar.

Recusar uma promoção em favor da assistência dos filhos ou fazer o planeamento familiar focando unicamente a responsabilidade profissional são duas opções muitas vezes simétricas e muitas vezes tomadas apenas quando o dilema se coloca. E as escolhas radicais podem ter consequências graves que levam a depressões, revolta e demissão de responsabilidades em qualquer uma das duas áreas. Mas é possível conjugar os dois mundos. É possível ser mãe ou pai e ter uma carreira profissional até de sucesso.

O importante para os pais é a felicidade dos filhos e a escassa proximidade diária não a põe em causa. As escolas, as famílias, a divisão de tarefas e outras ajudas externas são a principal muleta para resolver este dilema que se coloca principalmente aos pais com filhos novos. (...) Educar e trabalhar são perfeitamente conciliáveis. Basta saber como. (...)

Há tempo para tudo...

A aposta é a de que a atenção e o carinho dedicados assegurarem a qualidade da relação. Além de brincarem com os filhos, vêem televisão com eles e estão por perto no momento de fazer os trabalhos de casa. "Para educar é preciso ter respeito." (...)

"os pais devem garantir uma proximidade de atenção, de diálogo e de segurança. Isso transmite-se através de acções simples como ouvir o que o filho tem a dizer, ver os seus trabalhos escolares, ir buscá-los ou levá-los à escola sempre que se pode, participar em festas, saber das suas preferências ou integrar-se com os amigos."»

Inês Pereira

10 de novembro de 2009

Comunicação

Dali

«Ir mais longe na intimidade e na cumplicidade com os filhos implica passar mais tempo com eles e ficar cada vez mais próximo. Todas as relações têm altos e baixos, momentos difíceis e momentos fáceis e, daí, a proximidade ser o valor mais seguro na relação entre pais e filhos.

Todos os dias são dias bons para criar laços, para falar de tudo e nada, para estar juntos e para aprender uns com os outros mais e melhores maneiras de comunicar o essencial.

O lendário diálogo entre pais e filhos não passou de moda. Há é que ser mais criativo e mais exigente, porque as novas gerações têm mil e uma maneiras novas de comunicar e os pais nem sempre as sabem acompanhar. Vale a pena tentar.

Felizmente, as relações são processos em construção e nunca nada vem feito ou está acabado. Os filhos crescem e isso permite que os pais cresçam com eles. Nem os filhos trazem manuais de instruções, nem os pais têm prática antes de nascer o primeiro filho. (...)

Os pais de um ou vários filhos serão sempre diferentes para cada filho, e aprendem com cada um deles a ser pais mais completos e versáteis. (...) Podem ter os mesmos critérios e transmitir os mesmos valores mas, na relação, serão sempre diferentes. Esta diferença tem a ver com a natureza de cada filho mas, também, com a fase de vida em que cada filho nasce. (...)
O trabalho dos pais implica uma adaptação diária. Todos os dias, sem excepção, os filhos precisam de atenção e cuidados, e todos os dias mudam, evoluem e crescem. »

Comunicação

«As mudanças diárias podem não ser radicais ou dramáticas, mas são muito exigentes. Requerem atenção e proximidade, que só se conseguem com tempo e disponibilidade. (...)
A complexidade das relações decorre justamente deste movimento perpétuo de adaptação à realidade, deste desejo de descoberta dos outros e do mundo e, ainda, dos traços de carácter de cada um. Tudo isto torna as relações mais densas e exigentes mas, também, mais ricas, criativas e fascinantes.

Gerir o quotidiano
O dia-a-dia de uma família, seja ela de que tipo for (convencional, reconstruída, monoparental ou outra) resume-se, muitas vezes, à gestão do quotidiano. Os pais tratam das questões correntes relativas aos filhos e estes cumprem tarefas e rotinas. E brincam e divertem-se sempre que podem, claro. (...)

Nos casos em que os filhos resistem à autoridade parental ou são mais dados a birras ou caprichos, o diálogo é muito mais abrasivo e atinge picos de tensão que, por vezes, se revelam excessivos e podem ter consequências daninhas. »

3 de novembro de 2009

Água


A água está presente em muitos momentos da nossa vida:

"Na nossa higiene diária, quando tomamos banho, lavamos as mãos antes das refeições, escovamos os dentes, etc;

Na nossa alimentação, quando comemos, cozinhamos os alimentos, lavamos fruta e verduras ou preparamos sumos;

Nas tarefas domésticas, como ao lavar a louça e a roupa, lavar o chão, etc;

Nos nossos momentos de lazer, quando nos refrescamos na praia ou brincamos com bolinhas de sabão;

Na hidratação do nosso corpo, quando bebemos água e outros líquidos."

Água


A importância da água

"O nosso corpo é, em grande parte, constituído por água.

Todas as partes do nosso corpo têm água, até mesmo os nossos ossos.

O nosso corpo perde muita água quando elimina urina, fezes, suor e lágrimas. Por isso, temos de beber água e outros líquidos para repor essa perda.

A água ajuda no bom funcionamento de todo o organismo. Por exemplo: no trabalho dos rins e dos intestinos, na circulação sanguínea e na hidratação da pele.

Todos os seres vivos necessitam de água, por isso, é muito importante preservá-la."

Exercício físico e saúde cardiovascular


"Actividade física no quotidiano

Na sua actividade quotidiana, a maioria das pessoas não faz exercício que se possa considerar de valor para a saúde. É indispensável praticar exercício regularmente, de tipo aeróbico (como: marcha apressada, natação, corrida, saltar à corda, dançar).

Alguns mitos acerca do exercício
. O exercício causa cansaço
. O exercício tira muito tempo
. Todos os exercícios dão benefício idêntico
. Com idade mais avançada, é necessário menos exercício
. Necessidade de ter tendência atlética.

Para beneficiar coração e pulmões a actividade física deve ser:
. RÁPIDA
. MANTIDA
. REGULAR

Nem todos os desportos condicionam o coração.

Quem deve consultar o médico antes de começar o programa de exercício:
- Portadores de doença cardíaca suspeita ou já diagnosticada.
- Hipertensos.
- Diabéticos.
- História Familiar de Doença Cardíaca.
- Homens com mais de 45 anos e mulheres de 50 anos, não habituados a exercício vigoroso.
- Todos os doentes que tiveram enfarte do miocárdio - programas especiais de reabilitação.
A chave do sucesso
- Escolher uma actividade de que goste e possa praticar.
- Para as pessoas inactivas começar com marcha ou natação.
- Aumentar gradualmente (meses) a intensidade do exercício.
- Para condicionar o coração e pulmões são preferíveis a corrida, saltar à corda, remar, corrida parada e ciclismo estacionário. Também são úteis o ciclismo, basquetebol, o futebol, o ténis e a marcha.
- Ajuda fazer exercício em companhia em casa também se pode fazer bom exercício de preferência de manhã.
- A intensidade do exercício.
- A frequência do pulso é bom guia.

Frequência e duração do exercício físico
. Mínimo: Três vezes por semana.
. Duração: Em média, 20 a 30 minutos. . Aquecimento: 5 minutos.
. Arrefecimento: 5 minutos.
Mais actividade durante o dia
Evitar usar elevadores.
Deixar o carro longe.
Descer do autocarro algumas paragens antes do destino.
Levantar-se de vez em quando (por exemplo para atender o telefone).

O coração bem condicionado pulsa 36.000 vezes menos por dia, do que o do indivíduo não treinado.

É mais importante exercitar-se durante mais tempo, ou cobrir uma distância maior do que a maior velocidade ou a força com que o pratica.

Precauções apropriadas, conforme as condições climatéricas, as refeições e outras:
Dias quentes e húmidos. Dias frios.
Não fazer exercício vigoroso antes de duas horas de uma refeição e depois do exercício aguardar 20 minutos antes de comer.
Sapatos apropriados e confortáveis.
Relação riscos/benefícios do exercício
Benefícios
Mais energia.
Maior resistência geral. Funcionamento mais eficiente e económico do coração e pulmões.
Perda de peso.
Redução do risco de ataque cardíaco.
RISCOS POTENCIAIS
Lesões dos músculos e das articulações.
Isolação.
Agravamento de problemas cardíacos pré-existentes.

Benefícios do exercício físico regular
A - Sentir-se melhor
. Mais enérgico
. Melhor auto-imagem
. Aumento da resistência à fadiga
. Diminuição da ansiedade e depressão
. Maior relaxamento e menor tensão
. Facilita o convívio
B - Melhor aspecto
. Tonificação dos músculos
. Maior desgaste de calorias, ajudando a manter o peso ideal, ou a alcançá-lo
. Controle do apetite
C - Melhor realização (condicionamento)
. Mais produtividade no trabalho
. Maior capacidade para o trabalho físico
. Aumento da força muscular
. Melhor funcionamento do coração e pulmões"

15 de outubro de 2009

Actividade física


«A prática regular de actividade física apresenta uma relação inversa com risco de doenças crónico-degenerativas e tem um efeito positivo na qualidade de vida e em outras variáveis psicológicas.

Países desenvolvidos, por meio de instituições e organizações, têm concentrado seus esforços na área da saúde pública e na prevenção de várias doenças como as coronárias e hipertensão. Para tanto, tem sido dada ênfase à redução do sedentarismo, mediante planos de adopção de actividade física regular para melhoria da saúde individual e coletiva.

Adolescentes são alvo de estudos em todo o mundo, por apresentarem altos índices de comportamento de risco, como o decréscimo do hábito regular de actividade física, hábitos alimentares irregulares e transtornos psicológicos; além disso, outros estudos têm afirmado que hábitos de actividade física na adolescência determinam parte dos níveis de actividade física na idade adulta.»

13 de outubro de 2009

O álcool e a saúde pública

« O alcoolismo é a toxicodependência mais frequente entre os portugueses. O consumo de bebidas alcoólicas faz parte do nosso modo de vida actual (...) Os jovens portugueses começam em média a beber aos 13 anos, o que potencia o risco de dependência para toda a vida.

A saúde pública é seriamente afectada pelos hábitos de consumo de álcool, a começar pelos jovens:

- um em quatro mortos (entre os 15 e os 29 anos) e uma morte em cada dez (na mesma faixa etária) são devidas ao abuso de álcool, associados ou não a acidentes rodoviários, homicídios, actos de violência.

(...)

Estes dados contribuíram para que a União Europeia considerasse o consumo de álcool como uma ameaça, obrigando a agir através de estratégias , sobretudo em cinco direcções:

- actualização de dados sobre o problema do alcoolismo;

- protecção dos jovens e das crianças;

- redução do número de feridos e mortos na estrada, devido ao álcool;

- prevenção dos danos ligados ao álcool e redução das repercussões negativas nos locais de trabalho;

- melhoria das acções de informação, educação e sensibilização acerca das consequências do álcool e dos hábitos de consumo admissíveis.

(...)

Os padrões nocivos e perigosos do consumo de álcool são uma determinante da saúde fundamental e uma das principais causas de morte prematura e doenças evitáveis.»

Mário Beja Santos



22 de setembro de 2009

Distúrbios alimentares - Anorexia/ Bulimia


Sinais de Alerta

«Os distúrbios alimentares assumem contornos preocupantes entre os adolescentes e jovens, sobretudo do sexo feminino. Por constituírem uma ameaça potencial à saúde convém estar alerta a um conjunto de sinais, físicos e comportamentais, que indicia que algo vai mal naquele corpo e naquela mente:

- Emagrecimento rápido e sem causa aparente ou grandes oscilações de peso;

- Redução da quantidade de alimentos ingeridos ou escolha permanente de alimentos de baixo valor calórico;

- Desculpas frequentes para não comer ou tendência para o fazer isoladamente;

- Comportamentos ritualizados durante as refeições, como cortar os alimentos em pedaços mínimos;

- Ingestão de grandes quantidades de comida de uma forma compulsiva;

- Comportamentos compensatórios do ganho de peso, como provocar vómitos;

- Uso de laxantes e diuréticos;

- Prática excessiva de exercício físico;

- Amenorreia (ausência de menstruação) ou irregularidades menstruais nas raparigas e perda de erecção nos rapazes;

- Instabilidade emocional, com alterações de humor;

- Atitude crítica em relação à imagem e ao corpo.»

Distúrbios alimentares - Anorexia

« Comer e sofrer

Tudo muda na adolescência. Muda o corpo, mudam as relações e os afectos, os interesses e os gostos. E neste turbilhão de mudanças os adolescentes são permeáveis a influências múltiplas, das geradas no seio do grupo a que se esforçam por pertencer às veiculadas pelos estereótipos de uma sociedade que cultiva a imagem como uma verdadeira ditadura.

Ser magro é quase um imperativo. Mas, numa altura em que o corpo ganha novos contornos, a caminho da feminilidade e da masculinidade, facilmente se cai na obsessão de perder quilos que não se têm a mais.

É comum entre os adolescentes uma imagem distorcida de si próprios que os faz mergulhar em comportamentos extremos, em que pontuam os distúrbios alimentares. São distúrbios quase sempre no feminino, porventura porque as raparigas são mais permeáveis às pressões sociais e culturais. O que não significa que os rapazes passem pela adolescência sem perturbações do foro alimentar - calcula-se que dez por cento também se deixam cair nas malhas da anorexia e bulimia.

A rejeição dos alimentos

Um medo intenso de engordar é o que sentem os adolescentes que sofrem de anorexia nervosa, um distúrbio alimentar caracterizado pela rejeição dos alimentos. Aos seus olhos o espelho devolve sempre uma imagem demasiado gorda, ainda que a balança indique o contrário. Desenvolvem então uma relação obsessiva com a comida, pesando ao grama o pouco que comem e contando até à exaustão as calorias.

Assim, acontece sobretudo com as raparigas, com um contexto que as torna particularmente vulneráveis: baixa auto-estima, alguns traços obsessivos, falta de confiança acerca do seu valor pessoal mas, paradoxalmente, padrões elevados de exigência e responsabilidade. A insegurança alimenta uma dificuldade visível em relacionarem-se com os outros. Em comum têm igualmente uma sensação de que não conseguem gerir a sua própria vida, de que são incapazes de tomar decisões, de que não conseguem atingir a perfeição - concentram-se, então, no corpo, procurando através dele o controlo que pensam ter-lhes escapado e, com ele, uma forma de se valorizarem. (...)

Cada quilo perdido é encarado como uma vitória pessoal. Mas uma vitória que lhes fragiliza a saúde e ameaça mesmo a vida. Quando os quilos perdidos perdidos correspondem a 15 ou 20% do peso normal, os danos podem ser devastadores - pode não haver gordura corporal suficiente para manter os orgãos saudáveis. Orgãos como o coração, o fígado e os rins podem deixar de funcionar normalmente se a pessoa não comer o suficiente. O metabolismo corporal desacelera, causando quebras na pressão sanguínea, no ritmo cardíaco e nos movimentos respiratórios.

A falta de energia instala-se, a dificuldade de concentração também. A anemia é frequente, nas raparigas o período menstrual cessa. O cabelo pode cair, as unhas ficam mais quebradiças.

Nos casos mais severos, a anorexia pode conduzir a um cenário de desnutrição e até morte.

Todavia, quando confrontadas com o emagrecimento excessivo, as jovens tendem a negar, recusam receber ajuda, entrando muitas vezes em conflito com os familiares. A anorexia causa igualmente danos emocionais - a obsessão com o peso impede que se concentrem em qualquer outra coisa, abrindo caminho ao isolamento, mas também potenciando sentimentos de culpa e depressão. »

2 de setembro de 2009

Refugiados de Barrancos

É sempre importante aprendermos um pouco mais acerca da nossa história.

« Caros amigos:

El documental LOS REFUGIADOS DE BARRANCOS, se estrenará en TV, mañana miércoles (quarta feira), a las 22.35 horas (21.35 horas de Portugal) en CANAL EXTREMADURA TV. También se emitirá on line por internet y por satélite (se puede ver si se tiene parabolica orientada al satélite ASTRA, es un canal de emisión libre, sin codificar).

Lo más comodo será verlo on line
http://extremaduratv.canalextremadura.es/tv-a-la-carta/video-online

José Manuel.
Presidente de la
ARMHEX (ASOCIACION PARA LA RECUPERACIÓN DE LA MEMORIA HISTÓRICA DE EXTREMADURA). »

Esta quarta-feira, às 21.35 horas, será transmitido no CANAL EXTREMADURA TV, o documentário acerca dos Refugiados de Barrancos.

20 de agosto de 2009

Duelo

«Faz parte da adolescência o duelo com os pais que é conhecido como conflito de gerações. De repente, os pais deixam de ser heróis, deixam de ser elogiados como os melhores ou os mais "fixes", deixam de saber tudo. De repente, passam a ser adultos de quem se quer distância, com quem se passa cada vez menos tempo, com quem se têm embates diários em busca de uma nova identidade individual e social.

Para um adolescente, torna-se complicado partilhar espaços e actividades com os outros progenitores e outros adultos. Dificilmente, aceita as suas ideias, as suas propostas, mas isso não impede que se sinta incompreendido.

O adolescente procura criar o seu próprio espaço, tem as suas próprias ideias, pensa que sabe tudo, desenvolve outras relações, outros interesses. Tudo muda: do corpo aos afectos, passando pelos gostos. É uma vida em construção. Uma etapa que todos os pais receiam. Mas que passa. Com mais ou menos turbulência, mas passa!»

19 de agosto de 2009

Crescer...a revolução da adolescência

alvesrenato.files.wordpress

«
Não há crescimento sem mudança. E a primeira das grandes mudanças acontece com a puberdade, o momento em que, biologicamente, se evidenciam as diferenças de género: a criança vai desaparecendo para dar lugar a um homem ou a uma mulher. Este corte com a infância é reforçado pelo emergir de uma nova forma de ver a vida e de estar na vida: a adolescência, etapa que marca, psicológica e socialmente, a transição para a idade adulta.

São anos conturbados os da puberdade e adolescência. As mudanças são, a qualquer dos níveis em que ocorrem, perturbadoras. Desde logo, porque o corpo está a mudar, gerando sentimentos contraditórios. Pode acontecer que o adolescente se sinta bem com os novos contornos, mas pode igualmente sentir-se desconfortável, não se reconhecendo na figura que o "olha" do espelho. Não admira que assim seja.

A "culpa" é das hormonas. O corpo das raparigas ganha peso e altura, as ancas alargam-se e arredondam-se, os seios desenvolvem-se e começam a crescer os pêlos púbicos, a pele fica mais oleosa e as glândulas sudoríparas tornam-se mais activas.

Até que acontece a primeira menstruação - a menarca, que oficialmente marca o início da puberdade e, com ela, da capacidade reprodutiva.

Também os rapazes ficam mais altos e mais fortes. Os ombros e o peito alargam-se, os músculos desenvolvem-se, o pénis e os testículos crescem, começando a produzir esperma, e surgem os pêlos púbicos.

À medida que o tempo passa, a voz vai ficando mais grossa, ainda que, de vez em quando, se libertem sons agudos, muito distintivos. No peito, podem irromper alguns pêlos e os dos braços e pernas ficam mais fortes.

As glândulas sudoríparas entram em acção. E as primeiras ejaculações (os chamados sonhos molhados) surpreendem na noite.

Perante tantas mudanças, é natural que o adolescente se questione. O tempo é de descobertas e expectativas, de dúvidas e angústias. É que com a feminilidade e a masculinidade fisiológica, raparigas e rapazes vão tomando consciência de si próprios como seres sexuais e sexuados. Despertam, pois, para a sexualidade. E para sensações como o desejo e o prazer.

As emoções são então vividas com intensidade única. E as primeiras paixões, os primeiros amores arrebatadores e eternos, lançando os adolescentes numa montanha russa de oportunidades e riscos.

Emerge uma grande vontade de amar e ser amado, de ser respeitado, de fazer boa figura perante os pares. Procuram-se os caminhos para satisfazer essa vontade, mas o percurso é cheio de pressões e influências, gerando dúvidas e receios. Quando dar o passo? O "passo" é o da primeira experiência sexual, uma aventura que pode ser fantástica mas que deve ser motivada por opiniões amadurecidas, reflectidas, não empurrada pelo exemplo de outros.

O que importa é fazer escolhas saudáveis. Com liberdade para pensar, ouvir e decidir, para mudar de opinião, para dizer sim e para dizer não.

Pode ser difícil, mas é necessário, porque os rumos tomados na adolescência podem ter reflexos por toda a vida futura.

A sexualidade é natural, mas implica responsabilidade. É fonte de prazer, mas também uma porta aberta para riscos: como o de uma doença sexualmente transmissível ou o de uma gravidez não desejada. É que não acontece só aos outros...

O amor não basta: é preciso conhecer o próprio corpo, saber como funciona; é preciso esclarecer dúvidas e obter informação junto de fontes credíveis
(as consultas para adolescentes, as linhas telefónicas de apoio, o médico ou o farmacêutico); é preciso evitar os riscos.

Trata-se de tomar decisões. Escutar os próprios sentimentos e desejos, respeitar e ser respeitado. Resistindo a pressões ou a chantagens emocionais, sem se deixar encurralar num beco sem saída. Dizendo não se, somados todos os prós e contras, sobrarem dúvidas. Ou dizendo sim se tiver chegado o momento.

Ser adolescente é conquistar a autonomia, mas não a todo o preço. É fazer escolhas informadas, saudáveis e livres

18 de agosto de 2009

Conflito de papéis

«O papel dos avós é imprescindível, mas não é fácil. Sobretudo numa época, como a actual, em que os pais dependem deles para muitas tarefas do quotidiano - ir buscar os filhos à escola, ficar com eles quando têm de trabalhar até mais tarde, ocupar-se deles nas férias quando os colégios fecham... Os avós actuais ainda têm muitas responsabilidades que vão para além do afecto. Confundem-se com as responsabilidades da parentalidade e este é um terreno fértil para conflitos.

Há que ter em conta que os avós nunca deixam de ser pais: para eles, os filhos são sempre crianças mesmo quando já são adultos e têm os seus próprios filhos. Há uma certa dificuldade em perceber que o centro da autoridade mudou e, em paralelo, a tentação de manter essa mesma autoridade. É natural que os avós se sintam confusos quanto ao que deles se espera. E que resistam a dar um passo atrás e deixar os filhos tomar as decisões, para eles próprios e para as suas crianças.

Mas a verdade é que, apesar do envolvimento na vida dos netos, os avós não são os educadores. E precisam de respeitar os seus filhos nesse novo papel. Não interferindo, mesmo quando não concordam, e sobretudo não os desautorizando. O que implica uma grande maturidade e flexibilidade de ambas as partes. Também dos filhos. Para saberem ouvir a experiência e compreender o dilema dos pais.

É claro que as crianças percebem que há um conflito entre as duas gerações que lhes estão acima. E tiram o máximo partido. Inconscientemente, até o estimulam. Por exemplo, quando reagem a um "não" dos pais com um "mas a avó deixa...". O que as crianças têm de aprender é que pais e avós cumprem papéis diferentes, complementares. E que os espaços que partilham com uns e com outros têm regras específicas que não podem ser transferidas.

O importante é que avós e netos possam conviver. Todos ficam a ganhar com a partilha de afectos e vivências. Sobretudo agora, no tempo em que, graças ao aumento da esperança de vida, temos uma geração de netos com o privilégio de conhecer os quatro avós.»

17 de agosto de 2009

Os avós ...

«Os avós funcionam como uma ponte com o passado, integrando a história das diferentes gerações. Uma ponte, também, entre pais e filhos, transposta com o revelar de episódios de quando os pais eram crianças. Conhecer estas histórias torna as crianças mais próximas dos pais, mostra-lhes um lado desconhecido daqueles que, no dia-a-dia, exercem o difícil papel da autoridade. Este é, aliás, um exercício que os próprios pais podem praticar, na certeza que criarão momentos de grande intimidade com os filhos. Esta partilha do passado ajuda a perceber que existe um lugar para todos na pirâmide genealógica.

Para as crianças, os avós são fonte de carinho inesgotável. São eles que proporcionam todos os extras que não chegam dos pais, apanhados quase sempre no furacão dos afazeres profissionais, que pouco tempo deixam para ouvir os mais pequenos. E eles precisam de ser ouvidos. Porque o crescimento implica dúvidas, angústias e receios, pequenos conflitos internos e externos que, apesar de naturais, são perturbadores. Captar os sinais pode ser difícil, mas a disponibilidade dos avós - se forem próximos - é uma garantia de atenção e conforto.

Com os avós, não se geram os conflitos que opõem pais e filhos. Raramente os avós são disciplinadores, raramente são eles a impor limites e barreiras, raramente são eles a pedir contas de atitudes e comportamentos. Esse é o papel dos pais e são os pais a ser desafiados pelos filhos, sobretudo na conturbada idade da adolescência.

É certo que nesta idade os avós vão perdendo o interesse, notando-se algum distanciamento. Mas, com frequência, continuam a ser o refúgio para onde os adolescentes escapam quando a tensão em casa aumenta. Ali sabem que encontram sempre mimo.»

A importância dos avós


«Longe vão os tempos das famílias alargadas, em que as sucessivas gerações coexistiam, partilhando o quotidiano e assumindo em conjunto a tarefa de cuidar e educar as crianças. As famílias hoje são mais pequenas, muitas delas monoparentais. Os avós, esses, também mudaram. Mantêm até mais tarde uma vida activa, mesmo quando já se retiraram da vida profissional. Assim é particularmente nos meios urbanos.

Longe vão também os tempos em que os avós eram aqueles velhinhos amorosos que, pacientemente, contavam histórias aos netos. Hoje os avós são solicitados para outras tarefas, comprometendo-se de forma bem diferente com a vida dos netos. Por imposição da evolução social. As mentalidades abriram-se e as mulheres emanciparam-se, integrando-se no mercado de trabalho. E os avós desempenham, cada vez mais, o papel de cuidadores, preenchendo os tempos e as tarefas de que os pais estão ausentes.

Contudo, não há mudança que interfira com a mais-valia dos avós. Entre eles e os netos geram-se laços fortes que beneficiam ambas as gerações. Para os mais velhos, os netos representam o triunfo da vida, são símbolo do prolongamento da sua própria vida. E é este sentimento que alimenta o amor incondicional que sentem pelos netos e que, aliás, caracteriza esta relação tão especial. Este amor traduz-se numa atitude de pura sedução que torna os avós tão atractivos para as crianças.

Ocupam um lugar único, que nenhum outro membro da família consegue disputar. É um lugar que reflecte a disponibilidade de estar e de escutar, de partilhar histórias e brincadeiras. Os avós desempenham ainda um papel essencial na descoberta da diferença. Desde logo a diferença de idades. E se viverem bem com a idade que têm, transmitem uma ideia positiva do envelhecimento, ajudando os mais pequenos a respeitar os idosos.»

O álcool e a saúde pública


«O alcoolismo é a toxicodependência mais frequente entre os portugueses. O consumo de bebidas alcoólicas faz parte do nosso modo de vida actual (...) Os jovens portugueses começam, em média, a beber aos 13 anos, o que potencia o risco de dependência para toda a vida. A saúde pública é seriamente afectada pelos hábitos de consumo de álcool, a começar pelos jovens: um em quatro mortos (entre os 15 e os 29 anos) e uma morte em cada dez (na mesma faixa etária) são devidas ao abuso do álcool, associados ou não a acidentes rodoviários, homicídios, actos de violência.

(...)os padrões nocivos e perigosos do consumo de álcool são uma determinante de saúde fundamental e uma das principais causas de morte prematura e doenças evitáveis, sendo igualmente responsáveis por mais de 7% de todos os problemas de saúde e morte precoce na União Europeia.

Em muitos meios de opinião apoia-se inclusivamente que se devem adoptar medidas mais severas para evitar o consumo de álcool entre os jovens: proibindo a venda de bebidas alcoólicas com menos de 18 anos, a publicidade e todas as formas de patrocínio das indústrias do álcool a eventos destinados a jovens, aumentando a idade de admissão dos jovens em recintos onde se vendem bebidas alcoólicas, entre outras.

É curioso verificar como todos os livros que abordam a problemática das doenças e os grandes desafios para a saúde pública não deixam de destacar o alcoolismo associando a toxicomania, aos múltiplos problemas de ordem médico-legal, económica e social, as suas consequências tóxicas, os pesos dos tratamentos de desintoxicação.

Pensava-se no século XIX que o álcool levava as famílias ao inferno. Hoje continua a levar ao inferno mas não são só os jovens que sofrem as consequências dos pais alcoólicos, eles próprios enveredam por hábitos de consumo que lhes destroem a esperança e os sonhos

Mário Beja Santos

O que todos os jovens devem saber sobre o álcool...


«
Portugal é o oitavo consumidor de álcool, em termos globais, e o quarto consumidor mundial de vinho; todos os estudos apontam para o dado de que o consumo de álcool por adolescentes portugueses aumentou significativamente nos últimos anos (...)

Os jovens sentem-se atraídos pelo binge drinking (consumo de grandes quantidades de álcool num curto espaço de tempo), pela cerveja e por certas bebidas brancas. O álcool em excesso não provoca só doença. Não é por acaso que não se deve beber antes dos 18 anos: o cérebro continua em formação até à idade adulta, o organismo não está adaptado a metabolizar o álcool, as consequências do consumo precoce afectam o estudo, o relacionamento com os outros, e pode levar à dependência física e psíquica.
(...)
Quanto mais cedo se começa o consumo excessivo maiores são os riscos para a saúde e para toda a vida. Referem alguns investigadores que os jovens são um grupo de bebedores muito vulneráveis porque procuram refúgio na bebida para esquecer problemas de integração (...)»

Mário Beja Santos

6 de agosto de 2009

Saúde

Salvador Dalí

Na apresentação deste blog fomos de sala em sala, e perguntámos o que significava, para cada um, ser saudável. Surgiram respostas variadas porque pedia-se que usassem as letras:
- S - A - U - D - A - V - E - L. Eis alguns dos resultados:

- Saúde; segurança; solidariedade; ...
- Amor; alegria; afectos; ...
- Água; sexualidade; ...
- Direitos; desporto; ...
- Ambiente; criatividade; coragem...
- Vida; Velocidade; Verdade; Vitaminas; ...
- Emoção; expressão; elegância; espiritualidade; ...
- Liberdade; luta ...

Qualquer área da nossa vida, pode ter significados diversos, porque cada um tem a sua própria perspectiva. A saúde que é muito mais que não estar doente, tem a ver com todas as vertentes da nossa vida: a biológica, fisiológica, a psicológica, a emocional, a social, ... entre tantas outras.

A saúde tem a ver, também, com conhecer-nos e estarmos dispostos a descobrir-nos, informar-nos e procurar saber mais acerca de nós e do que nos rodeia, por vezes, precisamos de confiar para procurar respostas. Ficar numa conchinha à espera que as coisas se resolvam, por magia, ou por sorte, não é solução. Temos de cuidar de nós e encher-nos de coragem para encontrar um equilíbrio.

Se, em qualquer das vertentes, nos sentimos menos à vontade, menos confiantes, as outras acabam por ser afectadas. São todas importantes e todas podem adoecer. Por exemplo: uma gripe é uma doença do corpo, estar triste é um estado emocional que nos retira força e ânimo, são só exemplos para demonstrar que tudo em nós está interligado. Dar pouca importância ou tentar não pensar nas nossas emoções/afectos poderá levar-nos a adoecer com maior ou menor gravidade.

22 de julho de 2009

A família e a sexualidade

«As mudanças influenciaram também as famílias enquanto espaços de socialização sexual.
(...)
[estudo] A liberalização das normas sociais relativas à sexualidade das últimas décadas, nomeadamente em relação à sexualidade dos jovens, traduziu-se - pelo menos em práticas educativas parentais que apoiem efectivamente os jovens nas suas dúvidas ou problemas concretos relativos à sexualidade ou às suas vivências sexuais.
(...)
Às dificuldades e resistências dos progenitores, correspondem também dificuldades e resistências dos próprios adolescentes que, muitas vezes, evitam abordar estes temas por receio de críticas ou outro tipo de intrusões na sua intimidade.
(...)
Os contextos familiares são muito importantes na formação da identidade sexual, na formação das atitudes, e na formação dos traços estruturais da personalidade que irão sendo investidos em todas as áreas do crescimento e das relações estabelecidas.»

Duarte Vilar

Sentir...

Cupido e Psyche
«A sexualidade não só mediatiza todo o nosso ser, assim como é "mediada" pelo que somos. As diferentes dimensões do ser humano influenciam-se mutuamente (...) A sexualidade não pode entender-se por si mesma, separada de tudo. As capacidades e processos biológicos, intelectuais, linguísticos e afectivos mediatizam a identidade, o papel, os desejos, sentimentos, fantasias e comportamentos sexuais.»

Tradução livre "Para comprender la sexualidad"

«Sendo socialmente modelada, a sexualidade humana e as suas regras morais foram sendo construídas e modeladas nas transformações sociais mais globais, nas mudanças que se foram produzindo nas mentalidades e nas instituições com ela mais relacionadas, nomeadamente a conjugal, idade e o campo das relações familiares" (Vilar, 2003).

É a esta aprendizagem específica, ou socialização, que se faz de forma intencional sobre esta "área" de questões, que se costuma designar por educação sexual.

Tendo em conta as ligações da sexualidade às outras dimensões da identidade pessoal e das relações interpessoais e a sua mediatização social, a educação sexual integra todo um conjunto de componentes de outras áreas de aprendizagem, tais como os valores e os afectos, ou as questões de género, a estrutura da personalidade, as competências do indivíduo para lidarem com a sua intimidade.

A socialização dos indivíduos na área da sexualidade é, pois, um processo em que intervêm, assumindo ou não essa intervenção, todos os actores que nos modelam a nossa identidade em todas as outras áreas da nossa vida. Falo dos contextos mais informais como o familiar - progenitores e fratria - e os pares ou amigos. Refiro-me aos grandes modeladores sociais como os mass media e refiro-me finalmente aos meios de educação formal e nestes, em primeiro lugar, a escola.»

Duarte Vilar, sociólogo

21 de julho de 2009

A Educação sexual faz sentido no actual contexto de mudança?

«(...) A sexualidade é um campo de expressão da totalidade humana - corpo, emoções, desejos, fantasias, significações e relacionamentos.

A sexualidade deixou de ser um terreno privilegiado de controlo social, (...) para ser sobretudo um terreno de construção individual onde a diversidade parece imperar.
(...)
"A sexualidade aparece mais como uma experiência pessoal, fundamental na construção do sujeito, no centro de um domínio que se desenvolveu e ganhou um peso considerável ao longo dos séculos, a esfera da intimidade e da afectividade. O repertório sexual alargou-se, as normas e trajectórias da vida sexual diversificaram-se, os saberes e as representações da sexualidade multiplicaram-se."

Não que tenha desaparecido o controlo social sobre a sexualidade mas, na nossa sociedade, ele opera-se sobretudo na delimitação dos comportamentos extremos que são considerados desviantes ou criminosos, como por exemplo a pedofilia e não nos comportamentos individuais. Fora estes problemas específicos, a sexualidade é hoje socialmente considerada uma área fundamentalmente de expressão íntima dos indivíduos e dos casais, devendo ser preservada, por isso, dos ditames morais do meio social envolvente.

Este conjunto de mudanças que descrevemos reflectiram-se naturalmente em todos os actores e processos e condições de socialização. (...)»

Duarte Vilar, Director Executivo da APF

14 de julho de 2009

Separação de Pais (cont.)


«Perante a separação de pais (...) é normal verificarem-se expressões claras de alteração do humor, com maior vulnerabilidade emocional traduzida em choro fácil, irritabilidade, isolamento, quebra do rendimento escolar. Ou alterações do comportamento como instabilidade, tal como são possíveis modificações do padrão do sono ou alimentares, como insónia ou perda de apetite. Mas já é patológico (doentio) que, passado algum tempo, a criança se tenha organizado preferencialmente na dependência de alguns sintomas, com nítida paragem, regressão (voltar para trás) ou desvio do seu desenvolvimento (...)

É enorme o número de casos em que a disputa parental se mantém para lá da separação, criando-se situações de efeito muito traumático para crianças e adolescentes. São frequentes os episódios em que ouvimos a mãe a mais não fazer que apresentar o rol de queixas do pai. Depois, vem o pai, e repete-se a situação. Os pedopsiquiatras não tomam, preferencialmente, posição por nenhuma das partes, pois sabem bem que a criança ou o adolescente necessita dos dois, ou de uma imagem interna forte e coesa dos dois. Sem isso, as dificuldades aumentarão. As excepções são quando existem factores comprovados de inibição do exercício da função parental (...)

Por isso, para evitar situações negativas (...) convém lembrar alguns pressupostos para a diminuição do sofrimento dos filhos.
- é sempre desejável que se minimizem as consequências de uma separação que recaiam sobre os filhos, nomeadamente com os habituais sentimentos de culpa, perda ou abandono. Num exemplo típico, evitar que o pai nunca mais apareça na vida da criança, deixando-a literalmente orfã de pai vivo;
- a importância de os adultos respeitarem perante os filhos o direito de estes manterem uma imagem de pai e de mãe afectivamente forte, estável e contínua, com livre acesso a ambos, em contactos regulares combinados de forma harmónica e pouco rígida, embora previsível.

(...) convém às crianças ter uma base à qual se referenciem (...) saber que pode contar com o pai e com a mãe regularmente, com previsibilidade e continuidade: não há mesmo pior que o pai que promete aparecer, deixa a criança na expectativa, e depois não vem. Ou, estando três anos sem dar notícias, aparece de repente a querer sair com o filho diariamente. As crianças não são objectos, para serem tratadas ao sabor das variações do estados mentais dos pais; (...)»

Pedro Strecht, "Interiores"

13 de julho de 2009

Separação de pais


«Do ponto de vista psíquico, não há separações de pais que sejam de final feliz. Todas acarretam algum grau de sofrimento psíquico. Contudo, existem muitas coisas que os adultos podem fazer para minorar as dificuldades dos seus filhos perante estas circunstâncias.

(...) o número de divórcios continua a crescer anualmente (...) É uma nova realidade sobre a qual temos de pensar, pois não há dúvida de que a família continua a ser a grande base face à qual a criança se referencia.

Mas apesar de "toda a crise encerrar em si mesma um potencial evolutivo" (ou seja, podemos crescer, evoluir, com cada dificuldade/obstáculo), como escrevia Donald Winnicott, nunca é de mais fazer da parentalidade uma tarefa responsável, que, uma vez assumida, deve implicar compromissos sérios pelas crianças, já que são elas as mais desprotegidas e vulneráveis face às reorganizações de vida dos pais.
(...)»

Pedro Strecht, "Interiores"

1 de julho de 2009

Violência (cont.)


« (...) as principais causas parecem ser psicológicas. Geralmente, tanto as vítimas como os agressores manifestam baixa auto-estima e têm um fraco poder de influência nas relações interpessoais com os pares. Em geral, as vítimas não têm amigos, apresentam uma aparência física mais frágil do que a dos seus pares e são muito protegidas pelos pais (principalmente pelas mães). Normalmente, os pais dos agressores e das vítimas não estão ao corrente da situação e isto torna esta situação mais problemática.

(...)

O intimidador aprende a maltratar, a sentir-se bem com esse papel que reforça dissocialmente a sua conduta, levando-o a um percurso de delinquência. Utiliza a violência para conseguir o seu objectivo e corre o risco de se converter na sua própria vítima. Com essa atitude de ser o protagonista, ter poder, prestígio, destacar-se, é capaz de tudo, sem parar para pensar no que faz. O predomínio da acção sobre a razão leva-o a comportar-se de maneira impulsiva. Necessita da popularidade que não consegue de forma natural.

Quando o bully é confrontado com os seus actos, a sua reacção é negar a realidade, convence-se a si mesmo e aos outros de que não fez nada pelo qual deva ser sancionado. Os culpados são sempre os outros. A escola, a vítima (que merece o que lhe aconteceu por ser bufo, ou por qualquer outro motivo), justificam o seu comportamento; mente e apresenta-se ele próprio como vítima evitando as acusações e a responsabilidade e, se necessário, o direito a defender-se.»

Javier Urra, "O pequeno Ditador"

Violência


A violência não deve ser parte das nossas vidas, por isso, uma vez mais, vou deixar aqui a opinião de especialistas acerca do assunto. Convém que, cada um, pese se, de uma maneira ou de outra, está a fazer tudo o que é possível para combater esta problemática.

«(...)bullying, é o assédio psicológico, moral e/ou físico, "que se define como uma conduta agressiva e persistente no tempo, exercida por um indivíduo ou grupo, que provocam baixa auto-estima, isolamento e exclusão social da vítima. Este tipo de conduta evidencia-se através de insultos, ameaças, intimidação psicológica e agressões físicas, com tendência para aumentar em intensidade e frequência de agressões." (Afonso & Cerviño, 2006)
(...)
Existe intenção de prejudicar e para isso é utilizada a ameaça, a chacota, o desprestígio, o insulto, a rejeição..., bate-se, intimida-se, assedia-se, humilha-se, exclui-se, incomoda-se, isola-se, chantageia-se...e chega-se a ignorar, a pôr a ridículo..., a abusar sexualmente, enfim, de uma maneira ou de outra tiraniza-se.
(...)
As formas mais frequentes de agressão são as verbais, as más relações e a agressão indirecta; as menos habituais, o isolamento e a agressão física.
(...)
Os rapazes estão muito mais envolvidos do que as raparigas nos casos de agressão activa. E também um pouco mais como vítimas. Poderíamos dizer então que o bullying, tanto na sua forma activa como passiva, é um comportamento mais frequente nos rapazes do que nas raparigas.

Está demonstrado que os rapazes costumam engrandecer-se pelos ataques físicos (socos, espancamentos, armas brancas, violência sexual) e que pavoneiam das suas "façanhas", enquanto que as raparigas são mais sibilinas, mais subtis, e inclinam-se mais para desqualificar as suas companheiras e para as isolar, camuflando assim os seus assédios. (...)»

Javier Urra, "O pequeno Ditador"

4 de maio de 2009

Arte

António Campos, 9.º ano, EBI de Barrancos


Costumo colocar pinturas de pintores que admiro para ilustrar as mensagens deste blogue. Hoje, venho homenagear um pintor que está a crescer, que está a aprender, que é um adulto nas suas pinturas e na sua filosofia de encarar a vida.



O António sabe que a LIBERDADE é como a água que bebemos, o ar que respiramos...é o "pão" da nossa alma, das nossas criações, da nossa criatividade, da nossa identidade. Encontraste-te na tua pintura, é a tua forma de expressão.


Parabéns e acredita em tudo que podes criar e viver.

Adolescência

Dalí

Quando estava a tirar o meu curso, li imensas coisas acerca da adolescência, tinha cadeiras dedicadas à adolescência. Li acerca das tarefas que devemos cumprir na adolescência, li os grandes estudos do Erikson, li acerca das grandes transformações pelas quais passa o corpo, o cérebro, as emoções...

O estudo intenso acerca de um período da minha vida que estava a concluir, fez-me pensar imenso na adolescente que fui. É engraçado pensarmos sempre que os adultos não nos entendem, que está tudo contra nós, que não sabemos muito bem se o nosso corpo tem a ver com quem somos na realidade...mas a verdade é que todos os adultos já passaram por essa fase, e se resolveram bem os dilemas que surgiram nessa fase, podem ser excelentes ouvintes e percebem o que estão a passar.

A verdade é que a adolescência é uma fase de transição, é marcada por grandes transformações físicas, intelectuais, cognitivas e emocionais. É um período conturbado porque mudamos a um ritmo acelerado, somos confrontados com desafios e problemas cuja resolução pode alterar a nossa vida para sempre.

Podia falar-vos que é na adolescência que se constrói a nossa identidade, e que esta é a tarefa mais importante desta fase. Construir a nossa identidade implica definirmo-nos enquanto pessoa, quais são os nossos valores, bem como as metas e caminhos que queremos atingir/seguir. Tudo isto faz-nos ser tal como somos, e comprometemo-nos connosco próprios para o resto da vida e isso torna-nos fortes e seguros de quem somos.

"A formação da identidade recebe influência de factores intrapessoais (as capacidades inatas do indivíduo e as características adquiridas da personalidade), de factores interpessoais (identificações com outras pessoas) e de factores culturais (valores sociais a que uma pessoa está exposta, tanto globais como comunitários).
Este sentimento de ter uma identidade pessoal dá-se de duas formas: a primeira é perceber-se como sendo o mesmo e contínuo no espaço e no tempo; e a segunda é perceber que os outros reconhecem essa semelhança e continuidade." (Ferreira, 2003)

Há imensas tarefas a cumprir e imensos sonhos que passam a habitar-nos o tempo e o coração!

29 de abril de 2009

Aprender a descontrair…

Aprender a descontrair é tão importante como aprender a concentrar-nos, em período de testes, ou em situações mais complicadas de gerir, relaxar evita problemas de ansiedade e stress.

Técnica de relaxamento muscular progressiva

- O lugar:
Procurar estar num compartimento tranquilo, com uma luz ténue e sem ruídos e distracções. A prática pode ser realizada numa cadeira ou num sofá que permita apoiar as costas e tenha espaço suficiente para estender as pernas em linha recta. A temperatura da sala deverá ser confortável e convém que nos libertemos das roupas incómodas ou que nos apertem demasiado.

- O procedimento:
O primeiro passo consiste em ler todo o exercício e familiarizar-se com o método e com os grupos de músculos que se dispõe a relaxar. No princípio pode parecer um pouco complicado, mas no fim da primeira sessão conhecerá todo o procedimento e poderá realizá-lo com bastante facilidade. Para ajudar, dividem-se os grupos em seis zonas principais do corpo, que são:

Grupo M: Mãos e braços.
Grupo N: Nuca, ombros e pescoço.
Grupo O: Olhos, sobrancelhas e testa.
Grupo C: Pescoço, língua, lábios, maxilares e boca.
Grupo T: Tronco (peito e abdómen).
Grupo P: Pernas, glúteos e pés.


O procedimento é muito simples.
Consiste em concentrar-se em cada um dos grupos de músculos das 6 partes do corpo, contraindo-os e relaxando-os, alternadamente.
Temos de sentir que os músculos se vão tornando cada vez mais pesados. Devemos concentrar-nos em cada um dos grupos musculares durante um período aproximado de meio minuto.
Durante este tempo, pode ser que sintamos um formigueiro nos músculos levemente frio. Não devemos preocupar-nos, é parte normal do processo de relaxamento.

Quando realizarmos os exercícios de respiração para contrair e relaxar os músculos do peito, verificaremos que a inspiração produz tensão e expiração, relaxamento. Quando relaxarmos estes grupos de músculos estaremos a respirar de forma simples e ligeira, mas cada vez que expirarmos, tentaremos relaxar-nos um pouco mais profundamente do que na vez anterior. Aprenderemos a associar a expiração com o relaxamento.

Uma vez que tenhamos relaxado todos os grupos de músculos, permaneceremos serenos e quietos e procuraremos criar uma imagem mental de uma cena tranquila e suave. Ou pode tratar-se, simplesmente, de um conjunto de cores suaves.

No princípio pode ser-nos difícil manter esta cena mental durante alguns segundos, mas com a prática ser-nos-á cada vez mais fácil a utilização destas imagens, que nos servem para aumentar a nossa sensação de bem-estar e relaxamento.

GRUPO M
Punhos: feche os punhos com toda a força que puder durante 5 segundos e sinta a tensão que isto produz. Depois, relaxe-os por completo e note a diferença entre a tensão e o relaxamento. Concentre-se em descontrair os músculos durante aproximadamente um minuto.

Parte interior dos braços: agora dobre os braços pelos cotovelos para contrair os músculos da parte anterior dos braços. Mantenha esta posição durante 5 segundos e depois relaxe-se e deixe cair os braços ao longo do corpo. Continue a descontrair os músculos e concentre-se na sensação de deixar-se levar durante meio minuto, mais ou menos.

Parte posterior dos braços: desta vez deve estender os braços o mais rigidamente que puder. Sinta a tensão na parte posterior dos seus braços durante uns 5 segundos e depois relaxe-se. Estenda-os ao longo do corpo e continue a deixar que os músculos se descontraiam durante aproximadamente meio minuto.

GRUPO N
Ombros: encolha os ombros, elevando-os até à nuca o mais que puder e sentindo a tensão neles (5 segundos). Deixe que os ombros caiam e se descontraiam (30 segundos).

Nuca: pode contrair estes músculos apertando a parte posterior da cabeça contra o espaldar da cadeira ou simplesmente deitando a cabeça para trás com a maior força possível (5 segundos). Sinta a tensão e depois a cabeça volta à posição inicial (30 segundos).

Pescoço: gire a cabeça para a direita e ponha em tensão os músculos do pescoço (5 segundos). Depois, volta à posição inicial (30 segundos).
Depois na esquerda.

GRUPO O
Testa e couro cabeludo
: ponha em tensão estes músculos elevando as sobrancelhas num sinal de interrogação. Procure elevar as sobrancelhas o máximo que puder e mantenha essa mesma posição (5 segundos). Depois, relaxe-se. Mantenha os olhos fechados e quietos, olhando directamente para a frente.

Olhos e sobrancelhas: ponha em tensão as sobrancelhas franzindo-as o mais intensamente que puder, ao mesmo tempo que fecha os olhos com força (5 segundos). Depois, relaxe.

GRUPO C
Boca e lábios: pressionar fortemente os lábios entre si (5 segundos). Deixe que os lábios descansem juntos e continue a ter a sensação de deixar-se levar (30 segundos).

Maxilares: podem contrair-se apertando os dentes (5 segundos). Depois relaxe (30 segundos).
Pescoço e língua: colocar a ponta da língua sobre o palato, pressionar para cima com força (5 segundos). Depois relaxe (30 segundos).

GRUPO T
Peito
: faça uma inspiração profunda e contenha a respiração (5 segundos). Sinta a tensão no peito e depois expire o ar, concentrando-se na sensação de deixar-se levar. Relaxe. Inspirar e expirar, desta forma, durante um minuto.

Estômago: encolha os músculos situados em redor do estômago como se estivesse a prepara-se para receber um golpe. Sinta a tensão enquanto os músculos estão encolhidos e rígidos.

GRUPO P
Glúteos
: pressione um contra o outro (5 segundos), depois relaxe (30 segundos).

Pernas e pés: contraia-os estendendo as pernas para a frente e dirigindo os dedos dos pés para baixo (5 segundos). Depois relaxe (30 segundos).

Revisão mental de todo o corpo
Durante os 2 ou 3 minutos seguintes faça uma revisão mental de todos os grupos musculares. Concentre-se alternadamente nos músculos.

28 de abril de 2009

Nós e a sexualidade

"O propósito da sexualidade
Desde um ponto de vista biológico, o propósito primordial da sexualidade é a reprodução da espécie. Os indivíduos das diferentes espécies não só estão pré-programados para procurar a própria sobrevivência, como também do grupo em que vivem. (...)

Na espécie humana, a reprodução é, também, uma função fundamental; mas não é a única, nem necessariamente a mais importante. (...) A maior parte das relações sexuais que têm as pessoas não são em função da reprodução, são uma procura e uma manifestação de comunicação, ternura, afecto, etc. (...)

Pode ajudar-nos a encontrar momentos de prazer e bem-estar, impulsiona a sair da solidão e procurar, tocar, abraçar o outro. Permite-nos chegar a formas de comunicação íntimas, desde o ponto de vista corporal e psíquico. Torna possível, também, que duas pessoas possam planificar a sua relação ou os filhos que desejam, no contexto de uma relação estável, caracterizada por diferentes graus de paixão, intimidade e compromisso.

A sexualidade vivida satisfatoriamente torna mais fácil a compreensão das outras pessoas, elimina a rigidez e o moralismo. É, também, uma fonte de equilíbrio e harmonia para a pessoa. É, definitivamente, uma fonte de amor pela vida, de atitude positiva face a si mesmo, aos outros e a tudo o que nos rodeia.

Os destinos da sexualidade
A sexualidade humana pode satisfazer-se, reprimir-se, prolongar a sua satisfação, orientar-se a objectos de satisfação muito diversos. (...) A orientação do desejo pode ser diferente (heterossexual, homossexual, etc.) e as formas de comportamento sexual são, também, muito variáveis de umas pessoas para outras e de umas culturas para outras. As diferenças inter-individuais e inter-culturais são muito grandes.

Não quer isto dizer que todos os comportamentos sexuais sejam "desejáveis" desde o ponto de vista da saúde. Alguns comportamentos têm riscos graves. (...) O indivíduo, o casal e o grupo social deverão encontrar a harmonia possível, entre si, ao mesmo tempo que procuram melhores condições de vida, também na área sexual. "

Tradução livre de "Para comprender la sexualidad"