20 de janeiro de 2010

Beleza


«A auto-estima constrói-se de dentro para fora. Quando somos amados, valorizados e aceites, crescemos com amor-próprio e confiança. Se não fomos amados incondicionalmente, nunca nos acharemos suficientemente bonitos ou inteligentes aos olhos dos outros.

Quando o processo de envelhecimento e de maturidade ocorre de uma forma relativamente tranquila, numa dinâmica progressiva de aceitação e integração de todas as nossas características, podemos, finalmente, olhar para trás e avaliar situações e comportamentos do passado. À medida que vamos ganhando consciência e distância dos "sobressaltos" das primeiras décadas de vida, entenderemos melhor as sequências dessas etapas e dos acontecimentos que mais marcaram a nossa vida.

Provavelmente, lamentaremos não termos tido o bom senso e a sabedoria de aproveitar ao máximo o nosso potencial a vários níveis, valorizando a verdade e a essência das coisas, desdramatizando o superficial e o passageiro.

A tranquilidade que vem da aceitação integral do que somos, com o bom e o mau, só se constrói com o tempo, porque ele nos permite a distância e a lucidez para colocar as coisas no seu devido lugar, sem excessos nem dramatismos. No entanto, esse caminho de aprendizagem é inerente à própria vida. Cabe-nos fazê-lo numa descoberta contínua, identificando e ultrapassando os mais variados obstáculos, num processo de identificação e ultrapassagem de inseguranças e medos.

O grau de dificuldade deste processo depende da nossa auto-estima e esta, mesmo que esteja presente em doses saudáveis, deve ser trabalhada ao longo da vida.»

O período...

«Dizer que a adolescência é uma etapa da vida particularmente difícil é quase banal. Sentem-no rapazes e raparigas, tumultuados por uma onda de transformações físicas e psicológicas. E sentem-no os adultos, sobretudo os pais, confrontados com a nem sempre fácil tarefa de aceitar e lidar com o crescimento dos filhos.

É nestes anos de transição que biologicamente acontecem as mudanças que colocam rapazes e raparigas no caminho da idade adulta - a puberdade muda os corpos e confunde as emoções. E para elas pode ser perturbador, na medida em que é nessa altura que surge a primeira menstruação, um marco decisivo nesse caminho.

A menarca (1º período menstrual) pode ser fonte de confusão e insegurança. E a partir dela vários incómodos podem repetir-se mês a mês, uns mais naturais que outros. As cãibras abdominais são um desses incómodos frequentes. Mais ou menos intensas, ficam a dever-se à prostaglandina, um químico que o corpo segrega e que estimula as contracções do músculo uterino. São constracções involuntárias, mas podem causar dor, por vezes, obrigando à toma de um analgésico. No entanto, tendem a desaparecer com o tempo, não costumando prolongar-se por muitos anos.

Comuns são também as irregularidades menstruais. É que podem ser precisos até 2 anos para que o organismo feminino desenvolva um ciclo regular: até lá, vai ajustando o fluxo de hormonas libertado pela puberdade. Estes ajustes fazem com que, num mês, o período possa durar poucos dias e, no seguinte, prolongar-se por uma semana. Ainda assim convém saber que o que é "normal" depende de mulher para mulher: o ciclo médio é de 28 dias, mas pode ficar-se pelos 21, 22 ou estender-se até os 45.

A instabilidade hormonal pode ditar ainda que haja 2 períodos um a seguir ao outro, que a intensidade da hemorragia oscile de mês para mês e que haja meses sem menstruação. Porém, se a adolescente já for sexualmente activa e se houver falta, importa ponderar a possibilidade de uma gravidez. Importa, também, ponderar a possibilidade de um problema se ao fim de 3 anos o ciclo menstrual não estabilizar.

Cada corpo tem o seu ritmo. O que explica que a primeira menstruação não surja sempre na mesma altura. Para algumas raparigas ocorre pelos 9, 10 anos, mas para outras só aos 12, 13. Não significa isto que haja qualquer problema, tanto mais que a puberdade é influenciada pela genética. com as filhas a tenderem a seguir o mesmo padrão das mães ou avós.»