29 de abril de 2009

Aprender a descontrair…

Aprender a descontrair é tão importante como aprender a concentrar-nos, em período de testes, ou em situações mais complicadas de gerir, relaxar evita problemas de ansiedade e stress.

Técnica de relaxamento muscular progressiva

- O lugar:
Procurar estar num compartimento tranquilo, com uma luz ténue e sem ruídos e distracções. A prática pode ser realizada numa cadeira ou num sofá que permita apoiar as costas e tenha espaço suficiente para estender as pernas em linha recta. A temperatura da sala deverá ser confortável e convém que nos libertemos das roupas incómodas ou que nos apertem demasiado.

- O procedimento:
O primeiro passo consiste em ler todo o exercício e familiarizar-se com o método e com os grupos de músculos que se dispõe a relaxar. No princípio pode parecer um pouco complicado, mas no fim da primeira sessão conhecerá todo o procedimento e poderá realizá-lo com bastante facilidade. Para ajudar, dividem-se os grupos em seis zonas principais do corpo, que são:

Grupo M: Mãos e braços.
Grupo N: Nuca, ombros e pescoço.
Grupo O: Olhos, sobrancelhas e testa.
Grupo C: Pescoço, língua, lábios, maxilares e boca.
Grupo T: Tronco (peito e abdómen).
Grupo P: Pernas, glúteos e pés.


O procedimento é muito simples.
Consiste em concentrar-se em cada um dos grupos de músculos das 6 partes do corpo, contraindo-os e relaxando-os, alternadamente.
Temos de sentir que os músculos se vão tornando cada vez mais pesados. Devemos concentrar-nos em cada um dos grupos musculares durante um período aproximado de meio minuto.
Durante este tempo, pode ser que sintamos um formigueiro nos músculos levemente frio. Não devemos preocupar-nos, é parte normal do processo de relaxamento.

Quando realizarmos os exercícios de respiração para contrair e relaxar os músculos do peito, verificaremos que a inspiração produz tensão e expiração, relaxamento. Quando relaxarmos estes grupos de músculos estaremos a respirar de forma simples e ligeira, mas cada vez que expirarmos, tentaremos relaxar-nos um pouco mais profundamente do que na vez anterior. Aprenderemos a associar a expiração com o relaxamento.

Uma vez que tenhamos relaxado todos os grupos de músculos, permaneceremos serenos e quietos e procuraremos criar uma imagem mental de uma cena tranquila e suave. Ou pode tratar-se, simplesmente, de um conjunto de cores suaves.

No princípio pode ser-nos difícil manter esta cena mental durante alguns segundos, mas com a prática ser-nos-á cada vez mais fácil a utilização destas imagens, que nos servem para aumentar a nossa sensação de bem-estar e relaxamento.

GRUPO M
Punhos: feche os punhos com toda a força que puder durante 5 segundos e sinta a tensão que isto produz. Depois, relaxe-os por completo e note a diferença entre a tensão e o relaxamento. Concentre-se em descontrair os músculos durante aproximadamente um minuto.

Parte interior dos braços: agora dobre os braços pelos cotovelos para contrair os músculos da parte anterior dos braços. Mantenha esta posição durante 5 segundos e depois relaxe-se e deixe cair os braços ao longo do corpo. Continue a descontrair os músculos e concentre-se na sensação de deixar-se levar durante meio minuto, mais ou menos.

Parte posterior dos braços: desta vez deve estender os braços o mais rigidamente que puder. Sinta a tensão na parte posterior dos seus braços durante uns 5 segundos e depois relaxe-se. Estenda-os ao longo do corpo e continue a deixar que os músculos se descontraiam durante aproximadamente meio minuto.

GRUPO N
Ombros: encolha os ombros, elevando-os até à nuca o mais que puder e sentindo a tensão neles (5 segundos). Deixe que os ombros caiam e se descontraiam (30 segundos).

Nuca: pode contrair estes músculos apertando a parte posterior da cabeça contra o espaldar da cadeira ou simplesmente deitando a cabeça para trás com a maior força possível (5 segundos). Sinta a tensão e depois a cabeça volta à posição inicial (30 segundos).

Pescoço: gire a cabeça para a direita e ponha em tensão os músculos do pescoço (5 segundos). Depois, volta à posição inicial (30 segundos).
Depois na esquerda.

GRUPO O
Testa e couro cabeludo
: ponha em tensão estes músculos elevando as sobrancelhas num sinal de interrogação. Procure elevar as sobrancelhas o máximo que puder e mantenha essa mesma posição (5 segundos). Depois, relaxe-se. Mantenha os olhos fechados e quietos, olhando directamente para a frente.

Olhos e sobrancelhas: ponha em tensão as sobrancelhas franzindo-as o mais intensamente que puder, ao mesmo tempo que fecha os olhos com força (5 segundos). Depois, relaxe.

GRUPO C
Boca e lábios: pressionar fortemente os lábios entre si (5 segundos). Deixe que os lábios descansem juntos e continue a ter a sensação de deixar-se levar (30 segundos).

Maxilares: podem contrair-se apertando os dentes (5 segundos). Depois relaxe (30 segundos).
Pescoço e língua: colocar a ponta da língua sobre o palato, pressionar para cima com força (5 segundos). Depois relaxe (30 segundos).

GRUPO T
Peito
: faça uma inspiração profunda e contenha a respiração (5 segundos). Sinta a tensão no peito e depois expire o ar, concentrando-se na sensação de deixar-se levar. Relaxe. Inspirar e expirar, desta forma, durante um minuto.

Estômago: encolha os músculos situados em redor do estômago como se estivesse a prepara-se para receber um golpe. Sinta a tensão enquanto os músculos estão encolhidos e rígidos.

GRUPO P
Glúteos
: pressione um contra o outro (5 segundos), depois relaxe (30 segundos).

Pernas e pés: contraia-os estendendo as pernas para a frente e dirigindo os dedos dos pés para baixo (5 segundos). Depois relaxe (30 segundos).

Revisão mental de todo o corpo
Durante os 2 ou 3 minutos seguintes faça uma revisão mental de todos os grupos musculares. Concentre-se alternadamente nos músculos.

28 de abril de 2009

Nós e a sexualidade

"O propósito da sexualidade
Desde um ponto de vista biológico, o propósito primordial da sexualidade é a reprodução da espécie. Os indivíduos das diferentes espécies não só estão pré-programados para procurar a própria sobrevivência, como também do grupo em que vivem. (...)

Na espécie humana, a reprodução é, também, uma função fundamental; mas não é a única, nem necessariamente a mais importante. (...) A maior parte das relações sexuais que têm as pessoas não são em função da reprodução, são uma procura e uma manifestação de comunicação, ternura, afecto, etc. (...)

Pode ajudar-nos a encontrar momentos de prazer e bem-estar, impulsiona a sair da solidão e procurar, tocar, abraçar o outro. Permite-nos chegar a formas de comunicação íntimas, desde o ponto de vista corporal e psíquico. Torna possível, também, que duas pessoas possam planificar a sua relação ou os filhos que desejam, no contexto de uma relação estável, caracterizada por diferentes graus de paixão, intimidade e compromisso.

A sexualidade vivida satisfatoriamente torna mais fácil a compreensão das outras pessoas, elimina a rigidez e o moralismo. É, também, uma fonte de equilíbrio e harmonia para a pessoa. É, definitivamente, uma fonte de amor pela vida, de atitude positiva face a si mesmo, aos outros e a tudo o que nos rodeia.

Os destinos da sexualidade
A sexualidade humana pode satisfazer-se, reprimir-se, prolongar a sua satisfação, orientar-se a objectos de satisfação muito diversos. (...) A orientação do desejo pode ser diferente (heterossexual, homossexual, etc.) e as formas de comportamento sexual são, também, muito variáveis de umas pessoas para outras e de umas culturas para outras. As diferenças inter-individuais e inter-culturais são muito grandes.

Não quer isto dizer que todos os comportamentos sexuais sejam "desejáveis" desde o ponto de vista da saúde. Alguns comportamentos têm riscos graves. (...) O indivíduo, o casal e o grupo social deverão encontrar a harmonia possível, entre si, ao mesmo tempo que procuram melhores condições de vida, também na área sexual. "

Tradução livre de "Para comprender la sexualidad"

22 de abril de 2009

Sexualidade


"A sexualidade é diferente em cada idade

As crianças, adolescentes, adultos e idosos são sexuados; têm interesses sexuais e expressam em comportamentos a sua sexualidade. A sexualidade muda com a idade, de maneira que em cada período da vida tem características próprias. Precisamente por isso não pode falar-se de sexualidade referida a todas as idades sem cometer graves erros e generalizações.

(...)

O sistema de crenças, a organização social e a própria capacidade de controlo ou a habilidade para encontrar companheiro sexual definem, entre outros muitos factores, o comportamento sexual das pessoas.

A partir deste período, é também possível que as pessoas se enamorem e estabeleçam compromissos relacionais de diferentes tipos. O desejo, os interesses sexuais e a capacidade de enamoramento mantêm-se ao longo de todo o ciclo vital."

Tradução livre "Para comprender la sexualidad"

17 de abril de 2009

Sexualidade


O que é a sexualidade?

"A sexualidade é muito difícil de definir porque o Homem é um ser sexuado, e a sexualidade mediatiza todo o nosso ser. (...)

A sexualidade, como todas as realidades complexas, não pode ser definida a partir de um único ponto de vista, uma só ciência ou umas quantas palavras. O que sabemos hoje sobre sexualidade é o resultado de múltiplos estudos feitos em diferentes ciências. Por isto, a sexologia é, provavelmente, mais que nenhuma outra, uma ciência interdisciplinar. (...)

O nosso corpo é sexuado
A sexualidade está enraizada na nossa parte biológica e não pode ser entendida sem ter em conta esta dimensão. Os nossos desejos e comportamentos sexuais dependem, entre outros factores, das nossas hormonas sexuais, da idade, da nossa figura corporal e do nosso estado físico geral. (...)

Somos psicossocialmente sexuados
Desde o nascimento atribuem-nos nomes, vestidos, brinquedos, actividades, etc., sexuados. Inclusivamente, atribuem uma maneira de ser, sentimentos, interesses, pensamentos e desejos sexuados. Antes que a criança tome consciência da sua identidade sexual, atribuímos-lhe um papel sexuado que afecta, praticamente, todas as dimensões e actividades da vida.

Todas as sociedades e culturas atribuem actividades específicas ao homem e à mulher, ainda que o façam de maneira, muitas vezes, distinta. Estas atribuições não se baseiam, em geral, em diferenças biológicas, na maior parte dos casos, em formas de funcionamento social que cristalizaram ao longo da história, ainda que, na sua origem, desempenharam um papel decisivo as diferenças biológicas.

Por volta dos 2/3 anos, as crianças tomam consciência da sua identidade sexual (auto-classificação como menino ou menina) e, simultaneamente, começam um processo de aprendizagem e interiorização das funções que a sociedade considera próprias de um menino ou de uma menina (papel de género). (...) É o papel que mais define a vida das pessoas ao longo do seu ciclo vital.

Que coisa muda mais a forma de estar no mundo que o facto de ser mulher ou homem?!?

Desde idades muito precoces, as crianças manifestam interesses sexuais (fazem perguntas, observam, tocam-se), constroem as suas próprias teorias sobre a origem do Homem, a sua reprodução, etc., e demonstram comportamentos sexuais através de jogos e outros comportamentos). Assim, expressam através dos comportamentos a sua sexualidade.

O comportamento sexual é um dos comportamentos humanos mais significativos em todas as idades da vida, seja qual seja a forma concreta que adopte cada pessoa.

Cada cultura e sociedade regulam os comportamentos sexuais de forma diferente através dos costumes, a moral e as leis civis. As diferenças são, em certos casos, tão surpreendentes e claras que é impossível falar de um código universal de valores morais ou sociais sobre a sexualidade.

Portanto, para entender a sexualidade, não basta conhecer a anatomia e fisiologia sexual, é necessário ter em conta, também, toda a parte afectiva e a cultura em que o sujeito vive."

Tradução livre "Para comprender la sexualidad"

13 de abril de 2009

Reflectir


O texto que se segue é um e-mails daqueles que se lê a correr, achei que era pertinente reflectirmos sobre isto:

"Uma professora do ensino básico pediu aos alunos que fizessem uma redacção sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles...
Ao fim da tarde, quando corrigia as redacções, leu uma que a deixou muito emocionada. O marido, que, nesse momento, acabava de entrar,viu-a a chorar e perguntou:
- O que é que aconteceu?
Ela respondeu:- Lê isto.
Era a redacção de um aluno.
'Senhor, esta noite peço-te algo especial: transforma-me num televisor. Quero ocupar o lugar dele. Viver como vive a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família à volta... Ser levado a sério quando falo... Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. E ter acompanhia do meu pai quando ele chega a casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me ignorar... E ainda, que os meus irmãos lutem e se batam para estar comigo.. Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos. Senhor, não te peço muito... Só quero viver o que vive qualquer televisor.'
Naquele momento, o marido de Ana Maria disse: - 'Meu Deus, coitado desse miúdo! Que pais'!
E ela olhou-o e respondeu:- 'Essa redacção é do nosso filho'

Precisa-se tempo de qualidade e envolvimento, brinquedos e prendas não nos ensinam a ser homens/mulheres, ouvir o que os nossos pais são, conversar com eles sem reservas nem medos, ser amado e encorajado a lutar, ouvir nãos que nos preparam para lidar com frustrações futuras, isso sim, tornam jovens em adultos.