17 de agosto de 2009

O álcool e a saúde pública


«O alcoolismo é a toxicodependência mais frequente entre os portugueses. O consumo de bebidas alcoólicas faz parte do nosso modo de vida actual (...) Os jovens portugueses começam, em média, a beber aos 13 anos, o que potencia o risco de dependência para toda a vida. A saúde pública é seriamente afectada pelos hábitos de consumo de álcool, a começar pelos jovens: um em quatro mortos (entre os 15 e os 29 anos) e uma morte em cada dez (na mesma faixa etária) são devidas ao abuso do álcool, associados ou não a acidentes rodoviários, homicídios, actos de violência.

(...)os padrões nocivos e perigosos do consumo de álcool são uma determinante de saúde fundamental e uma das principais causas de morte prematura e doenças evitáveis, sendo igualmente responsáveis por mais de 7% de todos os problemas de saúde e morte precoce na União Europeia.

Em muitos meios de opinião apoia-se inclusivamente que se devem adoptar medidas mais severas para evitar o consumo de álcool entre os jovens: proibindo a venda de bebidas alcoólicas com menos de 18 anos, a publicidade e todas as formas de patrocínio das indústrias do álcool a eventos destinados a jovens, aumentando a idade de admissão dos jovens em recintos onde se vendem bebidas alcoólicas, entre outras.

É curioso verificar como todos os livros que abordam a problemática das doenças e os grandes desafios para a saúde pública não deixam de destacar o alcoolismo associando a toxicomania, aos múltiplos problemas de ordem médico-legal, económica e social, as suas consequências tóxicas, os pesos dos tratamentos de desintoxicação.

Pensava-se no século XIX que o álcool levava as famílias ao inferno. Hoje continua a levar ao inferno mas não são só os jovens que sofrem as consequências dos pais alcoólicos, eles próprios enveredam por hábitos de consumo que lhes destroem a esperança e os sonhos

Mário Beja Santos

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