20 de janeiro de 2009

Bullying


«(...) cada vez mais falamos de bullying, a propósito de todas as situações em que rapazes ou raparigas são sistematicamente vítimas de outros, a propósito de diferenças raciais, étnicas, sociais e culturais, ou outras de natureza física ou emocional. (...) O fenómeno sempre aconteceu, e quando o descrevemos não incluímos o que por vezes existe de agressivo, competitivo, discriminatório, e que em pequenas doses faz parte das relações do dia-a-dia entre crianças e adolescentes. Referimo-nos a situações muito fortes, graves, repetidas, em que algumas crianças e adolescentes se vêem envolvidos, quer como vítimas quer como vitimizadores, e que sobretudo acontecem no espaço da escola que ambos frequentam. (...) tanto uns como outros necessitam habitualmente de apoio. (...)
Só agride sempre quem se sentiu agredido de forma repetida, em alguma circunstância da sua vida emocional, e para isso pode existir uma enorme conjunto de causas (...). Essa é a razão pela qual sabemos que ambos precisam de ajuda. (...)
Sabemos bem o que há de comum nos grupos: a diferença. Quer ela seja expressa por um estigma social, quer apareça por um traço físico particular simples, como ser muito magro, gordo ou com óculos, ou mais complexo, e aí repetimos a importância dos que têm deficiência física, é a dificuldade no respeito e integração dessa diferença que está na origem do fenómeno do bullying.
Eis uma lista de atitudes que alertam para o que o bullying é:
  • chamar nomes a alguém;
  • deixar alguém de fora ou ignorá-lo;
  • empurrar, bater ou magoar alguém;
  • dizer coisas desagradáveis sobre os outros, incluindo a sua raça, religião, sexo, características físicas, capacidades intelectuais, pronúncia, cultura;
  • espalhar rumores sobre as pessoas;
  • ameaçar ou assustar, mesmo sendo "brincadeira";
  • tirar ou estragar coisas que pertencem aos outros;
  • fazer alguém de parvo ou estúpido;
  • exigir dinheiro ou outras coisas.

(...) respeitar os outros é respeitarmo-nos também. É aprender com eles. É conhecermo-nos melhor. (...) Why does my heart feel so bad? , perguntava Moby numa canção que foi número um em vários países. Porque faltou o amor. Um amor firme, mas incondicional. Tão simples, mas tão complexo. (...) Por isso, podemos escrever, numa mensagem de compreensão e esperança no futuro: o amor é a voz que descobre o que há por detrás do silêncio.

Aqui não toleramos o bullying. Se vires alguém a fazê-lo ou se isto se passa contigo, diz a alguém. Todos precisam de ser ajudados. »

Pedro Strecht, Interiores


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