1 de julho de 2009

Violência (cont.)


« (...) as principais causas parecem ser psicológicas. Geralmente, tanto as vítimas como os agressores manifestam baixa auto-estima e têm um fraco poder de influência nas relações interpessoais com os pares. Em geral, as vítimas não têm amigos, apresentam uma aparência física mais frágil do que a dos seus pares e são muito protegidas pelos pais (principalmente pelas mães). Normalmente, os pais dos agressores e das vítimas não estão ao corrente da situação e isto torna esta situação mais problemática.

(...)

O intimidador aprende a maltratar, a sentir-se bem com esse papel que reforça dissocialmente a sua conduta, levando-o a um percurso de delinquência. Utiliza a violência para conseguir o seu objectivo e corre o risco de se converter na sua própria vítima. Com essa atitude de ser o protagonista, ter poder, prestígio, destacar-se, é capaz de tudo, sem parar para pensar no que faz. O predomínio da acção sobre a razão leva-o a comportar-se de maneira impulsiva. Necessita da popularidade que não consegue de forma natural.

Quando o bully é confrontado com os seus actos, a sua reacção é negar a realidade, convence-se a si mesmo e aos outros de que não fez nada pelo qual deva ser sancionado. Os culpados são sempre os outros. A escola, a vítima (que merece o que lhe aconteceu por ser bufo, ou por qualquer outro motivo), justificam o seu comportamento; mente e apresenta-se ele próprio como vítima evitando as acusações e a responsabilidade e, se necessário, o direito a defender-se.»

Javier Urra, "O pequeno Ditador"

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